23 de fev. de 2016

O eleitor para Bispo Coadjutor, Frei Beto Breis escreve para todos os fiéis da Diocese de Juazeiro.



Exmo Dom José Geraldo da Cruz, bispo diocesano,
Estimados Irmãos no sacerdócio,
consagrados, consagradas e todo o Povo de Deus da Igreja que está em Juazeiro,

Paz e Bem!

"Com certeza, em quem é nomeado bispo surge um sentimento muito forte de responsabilidade e de amor por sua nova diocese. Sente no coração que está vinculado a essa nova realidade e deseja servi-la com todas as forças" (Cardeal Martini)

                Poucas palavras expressam tão oportunamente o que sinto neste momento, desde minha nomeação para o serviço de vocês como bispo coadjutor, como essas do sábio e exímio pastor Carlo Maria Martini (+2012). Desde que o Senhor Núncio Apostólico me apresentou a eleição por parte do santo Padre tenho buscado informações sobre a sua realidade e a sua História, o que muito tem alegrado meu coração e interpelado minhas disposições interiores.

                Sendo natural do Estado de Santa Catarina fiz opção já no tempo de profissão temporária de viver e trabalhar como franciscano no Nordeste do Brasil. Sou catarinense de coração nordestino, de identificação com esta terra e sua gente, de sotaque com resquícios barriga-verdes, mas com fortes marcas cearenses e pernambucanas. E isso me alegra bastante! Depois de duas décadas conciliando a dedicação do Povo de Deus em paróquias e comunidades com o serviço da formação inicial e animação dos confrades, foi-me confiado no último Capitulo (Assembleia) de nossa Província a tarefa de Ministro Provincial, de "lavar os pés dos irmãos" (como tanto frisava São Francisco). Com as mesmas prontidão missionária e humilde e sincera disposição de servir à Igreja acolhi a nomeação do Papa Francisco para ser o bispo coadjutor dessa Igreja Particular.

                Minha cidade natal dica banhada por uma baia que os espanhóis ao avistarem em meados do século XVI pensaram tratar-se de um rio, o rio São Francisco... do Sul. Sentir-me-ei em casa junto às águas do "Velho Chico", com a missão de ser e "fazer pontes", estreitando laços de comunhão eclesial e estimulando uma Igreja "em saída", missionária e samaritana (como tão bem assinala a bela e reconhecida História dessa porção do Povo de Deus).

                Como vocês sabem, a cidade de Juazeiro nasceu a partir de uma Missão dos frades de nossa Província Francisca de Santo Antônio (de 1706 a 1840), uma Missão marcada por contradições próprias da época, mas também por um ardor missionário com fortes acentos de despojamento (que os franciscanos chamamos de Minoridade) e abnegação que hoje nos desafiam e interpelam. A bela imagem da Virgem das Grotas, Padroeira da cidade e da Diocese, é testemunha desses primórdios da Evangelização nessas paragens baianas e acena para a presença materna da "Virgem feita igreja", como chamava o Santo de Assis. Irei movido e co-movido pela mesma Paixão pelo Evangelho e pela decisão de fazer-me irmão e servidor dos irmãos. O lema que escolhi, "Nasceu por nós no caminho" (natus fuit pro nobis en Via) é um trecho de um salmo natalino composto po São Francisco de Assis. Ao encanto pelo Senhor Oni-ponte que humildemente fez-se pequeno e pobre, nosso irmão, soma-se a exigência de seguirmos suas pegadas, colocarmo-nos permanentemente a caminho ("in via"), em permanente estado de Missão e de conversão eclesial.

                Sou francisquense, franciscano e, a partir de agora, serei sãofranciscano, bebendo das àguas do "rio da integração nacional" e percorrendo ruas e estradas da Diocese com o cajado de pastor e as sandálias de frade menor.

               Agradeço a terna acolhida que tenho recebido desde o anuncio da minha nomeação para esse ministério junto a vocês. Conto com suas orações para que possa assumir com fidelidade e entusiasmo a vocação de discípulo missionário e "testemunha próxima e alegre de Cristo, Bom Pastor" (DocAp, n. 187), para que seja um Pastor com "o cheiro das ovelhas" (Papa Francisco), a exemplo dos que apascentaram esse rebanho desde a criação da Diocese.

Atenciosa e afetuosamente,

Frei Beto Breis, ofm
Bispo Coadjutor Eleito
Diocese de Juazeiro Bahia.
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17 de fev. de 2016

Papa Francisco nomeia Bispo Coadjutor para nossa Diocese.


O Papa Francisco nomeou nesta quarta-feira, 17/02, o Bispo Coadjuntor de Juazeiro.

Frei Carlos Alberto Breis Pereira (Frei Beto Breis), OFM, que assumirá como Bispo Coadjutor de Juazeiro, é Ministro Provincial da Província Franciscana de Santo Antônio do Brasil. Atualmente é Vigário Paroquial da Paróquia Sagrado Coração de Jesus – SALGADINHO, Convento São Francisco, em Olinda-PE.

Natural de São Francisco do Sul (SC), nasceu em 16 de setembro de 1965. Ingressou na Província Franciscana da Imaculada Conceição e fez o noviciado. Depois, transferiu-se para a Província de Santo Antônio, em Olinda-PE.

Realizou sua profissão religiosa em 10 de janeiro de 1987 e foi orden
ado sacerdote em 20 de agosto de 1994. Estudou Filosofia no Instituto de Teologia do Recife e Teologia no Instituto Franciscano de Teologia de Olinda.  Licenciou-se em Teologia Espiritual na Pontifícia Universidade Antonianum de Roma (2005-2007).

Frei Carlos Alberto foi pároco em várias paróquias; mestre dos professores temporários; secretário provincial da formação e estudos; guardião e definidor provincial; vigário provincial; moderador da formação permanente; coordenador do serviço de formação da Conferência O.F.M. no Brasil.

Ano passado, durante coletiva de imprensa para anúncio da programação dos festejos da Padroeira de Juazeiro e da Diocese, Nossa Senhora das Grotas, o Bispo Diocesano Dom José Geraldo ja havia anunciado a sua aposentadoria para este ano.

Em comunicado distribuído à imprensa na manhã desta quarta-feira, 17/02, Dom José Geraldo fez o anúncio da nomeação de Frei Beto. “Não é a pessoa que eu tinha sugerido, mas, pelo currículo dele creio que trará grandes esperanças para a nossa Diocese e corresponderá certamente ao que nós pensávamos. É franciscano, deixando-nos muito à vontade às margens do Rio Francisco (sic). Aliás, ele é originário da cidade de São Francisco do Sul, localizada na Ilha de São Francisco. Parece profético!”.

Dom José Geraldo ainda permanecerá na condução da Diocese de Juazeiro até o dia 08 de agosto, quando completará 75 anos. Na coletiva D. José Geraldo disse ainda que após a sua demissão deverá fixar residência em Juazeiro, cidade que o acolheu como se fosse um filho da terra.

PS.: O bispo-coadjutor é um bispo-titular da Igreja Católica nomeado para ajudar e substituir um bispo, arcebispo ou um prelado no exercício das suas funções com direito a sucessão. Ele deve ser nomeado vigário-geral pelo bispo diocesano. Vagando a Sé episcopal, o bispo-coadjutor torna-se imediatamente o bispo diocesano.

Recebeu em presente o solideu das mãos de D. Fernando Saburido, arcebispo de Olinda e Recife, e a Cruz Peitoral de Dom Genilval Saraiva, Bispo Emérito de Palmares-PE, que fizeram o anúncio a Frei Beto.



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15 de fev. de 2016

Tempo da Quaresma: Eis o tempo favorável



A quaresma é o tempo litúrgico de conversão, que a Igreja marca para nos preparar para a grande festa da Páscoa. É tempo para nos arrepender dos nossos pecados e de mudar algo de nós para sermos melhores e poder viver mais próximos de Cristo.

A quaresma dura 40 dias; começa na Quarta-feira de Cinzas e termina no Domingo de Ramos. Ao longo deste tempo, sobretudo na liturgia do domingo, fazemos um esforço para recuperar o ritmo e estilo de verdadeiros fiéis que devemos viver como filhos de Deus.

A cor litúrgica deste tempo é o roxo, que significa luto e penitência. É um tempo de reflexão, de penitência, de conversão espiritual; tempo e preparação para o mistério pascal.

Na quaresma, Cristo nos convida a mudar de vida. A Igreja nos convida a viver a Quaresma como um caminho a Jesus Cristo, escutando a Palavra de Deus, orando, compartilhando com o próximo e praticando boas obras. Nos convida a viver uma série de atitudes cristãs que nos ajudam a parecer mais com Jesus Cristo, já que por ação do pecado, nos afastamos mais de Deus.

Por isso, a Quaresma é o tempo do perdão e da reconciliação fraterna. Cada dia, durante a vida, devemos retirar de nossos corações o ódio, o rancor, a inveja, os zelos que se opõem a nosso amor a Deus e aos irmãos. Na Quaresma, aprendemos a conhecer e apreciar a Cruz de Jesus. Com isto aprendemos também a tomar nossa cruz com alegria para alcançar a glória da ressurreição.


40 dias

A duração da Quaresma está baseada no símbolo do número quarenta na Bíblia. Nesta, é falada dos quarenta dias do dilúvio, dos quarenta anos de peregrinação do povo judeu pelo deserto, dos quarenta dias e Moisés e de Elias na montanha, dos quarenta dias que Jesus passou no deserto antes de começar sua vida pública, dos 400 anos que durou o exílio dos judeus no Egito.

Na Bíblia, o número quatro simboliza o universo material, seguido de zeros significa o tempo de nossa vida na terra, seguido de provações e dificuldades.

A prática da Quaresma data do século IV, quando se dá a tendência a constituí-la em tempo de penitência e de renovação para toda a Igreja, com a prática do jejum e da abstinência. Conservada com bastante vigor, ao menos em um princípio, nas Igrejas do oriente, a prática penitencial da Quaresma tem sido cada vez mais abrandada no ocidente, mas deve-se observar um espírito penitencial e de conversão.


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10 de fev. de 2016

MENSAGEM DO SANTO PADRE FRANCISCO PARA A QUARESMA DE 2016

 «“Prefiro a misericórdia ao sacrifício” (Mt 9, 13). 
As obras de misericórdia no caminho jubilar»


1. Maria, ícone duma Igreja que evangeliza porque evangelizada

Na Bula de proclamação do Jubileu, fiz o convite para que «a Quaresma deste Ano Jubilar seja vivida mais intensamente como tempo forte para celebrar e experimentar a misericórdia de Deus» (Misericordiӕ Vultus, 17). Com o apelo à escuta da Palavra de Deus e à iniciativa «24 horas para o Senhor», quis sublinhar a primazia da escuta orante da Palavra, especialmente a palavra profética. Com efeito, a misericórdia de Deus é um anúncio ao mundo; mas cada cristão é chamado a fazer pessoalmente experiência de tal anúncio. Por isso, no tempo da Quaresma, enviarei os Missionários da Misericórdia a fim de serem, para todos, um sinal concreto da proximidade e do perdão de Deus.

Maria, por ter acolhido a Boa Notícia que Lhe fora dada pelo arcanjo Gabriel, canta profeticamente, no Magnificat, a misericórdia com que Deus A predestinou. Deste modo a Virgem de Nazaré, prometida esposa de José, torna-se o ícone perfeito da Igreja que evangeliza porque foi e continua a ser evangelizada por obra do Espírito Santo, que fecundou o seu ventre virginal. Com efeito, na tradição profética, a misericórdia aparece estreitamente ligada – mesmo etimologicamente – com as vísceras maternas (rahamim) e com uma bondade generosa, fiel e compassiva (hesed) que se vive no âmbito das relações conjugais e parentais.


2. A aliança de Deus com os homens: uma história de misericórdia

O mistério da misericórdia divina desvenda-se no decurso da história da aliança entre Deus e o seu povo Israel. Na realidade, Deus mostra-Se sempre rico de misericórdia, pronto em qualquer circunstância a derramar sobre o seu povo uma ternura e uma compaixão viscerais, sobretudo nos momentos mais dramáticos quando a infidelidade quebra o vínculo do Pacto e se requer que a aliança seja ratificada de maneira mais estável na justiça e na verdade. Encontramo-nos aqui perante um verdadeiro e próprio drama de amor, no qual Deus desempenha o papel de pai e marido traído, enquanto Israel desempenha o de filho/filha e esposa infiéis. São precisamente as imagens familiares – como no caso de Oseias (cf. Os 1-2) – que melhor exprimem até que ponto Deus quer ligar-Se ao seu povo.

Este drama de amor alcança o seu ápice no Filho feito homem. N’Ele, Deus derrama a sua misericórdia sem limites até ao ponto de fazer d’Ele a Misericórdia encarnada (cf. Misericordiӕ Vultus, 8). Na realidade, Jesus de Nazaré enquanto homem é, para todos os efeitos, filho de Israel. E é-o ao ponto de encarnar aquela escuta perfeita de Deus que se exige a cada judeu pelo Shemà, fulcro ainda hoje da aliança de Deus com Israel: «Escuta, Israel! O Senhor é nosso Deus; o Senhor é único! Amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todas as tuas forças» (Dt 6, 4-5). O Filho de Deus é o Esposo que tudo faz para ganhar o amor da sua Esposa, à qual O liga o seu amor incondicional que se torna visível nas núpcias eternas com ela.

Este é o coração pulsante do querigma apostólico, no qual ocupa um lugar central e fundamental a misericórdia divina. Nele sobressai «a beleza do amor salvífico de Deus manifestado em Jesus Cristo morto e ressuscitado» (Evangelii gaudium, 36), aquele primeiro anúncio que «sempre se tem de voltar a ouvir de diferentes maneiras e aquele que sempre se tem de voltar a anunciar, duma forma ou doutra, durante a catequese» (Ibid., 164). Então a Misericórdia «exprime o comportamento de Deus para com o pecador, oferecendo-lhe uma nova possibilidade de se arrepender, converter e acreditar» (Misericordiӕ Vultus, 21), restabelecendo precisamente assim a relação com Ele. E, em Jesus crucificado, Deus chega ao ponto de querer alcançar o pecador no seu afastamento mais extremo, precisamente lá onde ele se perdeu e afastou d'Ele. E faz isto na esperança de assim poder finalmente comover o coração endurecido da sua Esposa.


3. As obras de misericórdia

A misericórdia de Deus transforma o coração do homem e faz-lhe experimentar um amor fiel, tornando-o assim, por sua vez, capaz de misericórdia. É um milagre sempre novo que a misericórdia divina possa irradiar-se na vida de cada um de nós, estimulando-nos ao amor do próximo e animando aquilo que a tradição da Igreja chama as obras de misericórdia corporal e espiritual. Estas recordam-nos que a nossa fé se traduz em actos concretos e quotidianos, destinados a ajudar o nosso próximo no corpo e no espírito e sobre os quais havemos de ser julgados: alimentá-lo, visitá-lo, confortá-lo, educá-lo. Por isso, expressei o desejo de que «o povo cristão reflicta, durante o Jubileu, sobre as obras de misericórdia corporal e espiritual. Será uma maneira de acordar a nossa consciência, muitas vezes adormecida perante o drama da pobreza, e de entrar cada vez mais no coração do Evangelho, onde os pobres são os privilegiados da misericórdia divina» (Ibid., 15). Realmente, no pobre, a carne de Cristo «torna-se de novo visível como corpo martirizado, chagado, flagelado, desnutrido, em fuga... a fim de ser reconhecido, tocado e assistido cuidadosamente por nós» (Ibid., 15). É o mistério inaudito e escandaloso do prolongamento na história do sofrimento do Cordeiro Inocente, sarça ardente de amor gratuito na presença da qual podemos apenas, como Moisés, tirar as sandálias (cf. Ex 3, 5); e mais ainda, quando o pobre é o irmão ou a irmã em Cristo que sofre por causa da sua fé.

Diante deste amor forte como a morte (cf. Ct 8, 6), fica patente como o pobre mais miserável seja aquele que não aceita reconhecer-se como tal. Pensa que é rico, mas na realidade é o mais pobre dos pobres. E isto porque é escravo do pecado, que o leva a utilizar riqueza e poder, não para servir a Deus e aos outros, mas para sufocar em si mesmo a consciência profunda de ser, ele também, nada mais que um pobre mendigo. E quanto maior for o poder e a riqueza à sua disposição, tanto maior pode tornar-se esta cegueira mentirosa. Chega ao ponto de não querer ver sequer o pobre Lázaro que mendiga à porta da sua casa (cf. Lc 16, 20-21), sendo este figura de Cristo que, nos pobres, mendiga a nossa conversão. Lázaro é a possibilidade de conversão que Deus nos oferece e talvez não vejamos. E esta cegueira está acompanhada por um soberbo delírio de omnipotência, no qual ressoa sinistramente aquele demoníaco «sereis como Deus» (Gn 3, 5) que é a raiz de qualquer pecado. Tal delírio pode assumir também formas sociais e políticas, como mostraram os totalitarismos do século XX e mostram hoje as ideologias do pensamento único e da tecnociência que pretendem tornar Deus irrelevante e reduzir o homem a massa possível de instrumentalizar. E podem actualmente mostrá-lo também as estruturas de pecado ligadas a um modelo de falso desenvolvimento fundado na idolatria do dinheiro, que torna indiferentes ao destino dos pobres as pessoas e as sociedades mais ricas, que lhes fecham as portas recusando-se até mesmo a vê-los.

Portanto a Quaresma deste Ano Jubilar é um tempo favorável para todos poderem, finalmente, sair da própria alienação existencial, graças à escuta da Palavra e às obras de misericórdia. Se, por meio das obras corporais, tocamos a carne de Cristo nos irmãos e irmãs necessitados de ser nutridos, vestidos, alojados, visitados, as obras espirituais tocam mais directamente o nosso ser de pecadores: aconselhar, ensinar, perdoar, admoestar, rezar. Por isso, as obras corporais e as espirituais nunca devem ser separadas. Com efeito, é precisamente tocando, no miserável, a carne de Jesus crucificado que o pecador pode receber, em dom, a consciência de ser ele próprio um pobre mendigo. Por esta estrada, também os «soberbos», os «poderosos» e os «ricos», de que fala o Magnificat, têm a possibilidade de aperceber-se que são, imerecidamente, amados pelo Crucificado, morto e ressuscitado também por eles. Somente neste amor temos a resposta àquela sede de felicidade e amor infinitos que o homem se ilude de poder colmar mediante os ídolos do saber, do poder e do possuir. Mas permanece sempre o perigo de que os soberbos, os ricos e os poderosos – por causa de um fechamento cada vez mais hermético a Cristo, que, no pobre, continua a bater à porta do seu coração – acabem por se condenar precipitando-se eles mesmos naquele abismo eterno de solidão que é o inferno. Por isso, eis que ressoam de novo para eles, como para todos nós, as palavras veementes de Abraão: «Têm Moisés e o Profetas; que os oiçam!» (Lc 16, 29). Esta escuta activa preparar-nos-á da melhor maneira para festejar a vitória definitiva sobre o pecado e a morte conquistada pelo Esposo já ressuscitado, que deseja purificar a sua prometida Esposa, na expectativa da sua vinda.

Não percamos este tempo de Quaresma favorável à conversão! Pedimo-lo pela intercessão materna da Virgem Maria, a primeira que, diante da grandeza da misericórdia divina que Lhe foi concedida gratuitamente, reconheceu a sua pequenez (cf. Lc 1, 48), confessando-Se a humilde serva do Senhor (cf. Lc 1, 38).

Vaticano, 4 de Outubro de 2015
Festa de S. Francisco de Assis

Papa Francisco
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Diocese de Juazeiro abre Campanha da Fraternidade 2016 nesta quarta (10)



A Campanha da Fraternidade Ecumênica (CFE) 2016 será lançada, oficialmente, nesta quarta-feira (10). O tema da Campanha é “Casa Comum, nossa responsabilidade”. O lema bíblico é “Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca”.

O objetivo é chamar atenção para a questão do direito ao saneamento básico para todas as pessoas, buscando fortalecer o empenho, à luz da fé, por políticas públicas e atitudes responsáveis que garantam a integridade e o futuro da Casa Comum, ou seja, do planeta Terra.

Na Diocese de Juazeiro, os católicos celebram a “Quarta-feira de Cinzas”, que dá início ao período da Quaresmal. Como de costume, haverá missas especiais nas paróquias e comunidades da Diocese e no Santuário Catedral Nossa Senhora das Grotas, a missa acontece às 19h30.

Durante as celebrações do dia, será feita a tradicional imposição das cinzas sobre a cabeça dos fiéis.


O que é a Quarta-feira de Cinzas?

É o primeiro dia da Quaresma, ou seja, dos 40 dias nos quais a Igreja chama os fiéis a converter-se e a preparar-se verdadeiramente para viver os mistérios da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo durante a Semana Santa.

A tradição de impor a cinza é da Igreja primitiva. Naquela época, as pessoas colocavam as cinzas na cabeça e se apresentavam ante a comunidade com um “hábito penitencial” para receber o Sacramento da Reconciliação na Quinta-feira Santa.

A Quaresma adquiriu um sentido penitencial para todos os cristãos quase 400 anos d.C. e, a partir do século XI, a Igreja de Roma impõe as cinzas no início deste tempo.

Para o vigário geral da Diocese de Juazeiro, Josemar Mota, "Quaresma é tempo de graça, tempo de conversão, tempo de escuta da Palavra de Deus, onde somos interpelados a vivermos o testemunho da fé.  Este tempo nos é propicio para nos deixarmos ser questionados pela palavra de Deus, diante de tantos acontecimentos que contradizem a vontade do Senhor".


Ricardo Souza
PASCOM - CATEDRAL SANTUÁRIO
Paróquia Nossa Senhora das Grotas
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