30 de mar. de 2017

CNBB EMITE NOTA DA CNBB SOBRE A PEC 287/16 – “REFORMA DA PREVIDÊNCIA”

NOTA DA CNBB SOBRE A PEC 287/16 – “REFORMA DA PREVIDÊNCIA”
“Ai dos que fazem do direito uma amargura e a justiça jogam no chão”
(Amós 5,7)

O Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB, reunido em Brasília-DF, dos dias 21 a 23 de março de 2017, em comunhão e solidariedade pastoral com o povo brasileiro, manifesta apreensão com relação à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287/2016, de iniciativa do Poder Executivo, que tramita no Congresso Nacional.
O Art. 6º. da Constituição Federal de 1988 estabeleceu que a Previdência seja um Direito Social dos brasileiros e brasileiras. Não é uma concessão governamental ou um privilégio. Os Direitos Sociais no Brasil foram conquistados com intensa participação democrática; qualquer ameaça a eles merece imediato repúdio.
Abrangendo atualmente mais de 2/3 da população economicamente ativa, diante de um aumento da sua faixa etária e da diminuição do ingresso no mercado de trabalho, pode-se dizer que o sistema da Previdência precisa ser avaliado e, se necessário, posteriormente adequado à Seguridade Social.
Os números do Governo Federal que apresentam um déficit previdenciário são diversos dos números apresentados por outras instituições, inclusive ligadas ao próprio governo. Não é possível encaminhar solução de assunto tão complexo com informações inseguras, desencontradas e contraditórias. É preciso conhecer a real situação da Previdência Social no Brasil. Iniciativas que visem ao conhecimento dessa realidade devem ser valorizadas e adotadas, particularmente pelo Congresso Nacional, com o total envolvimento da sociedade.
O sistema da Previdência Social possui uma intrínseca matriz ética. Ele é criado para a proteção social de pessoas que, por vários motivos, ficam expostas à vulnerabilidade social (idade, enfermidades, acidentes, maternidade…), particularmente as mais pobres. Nenhuma solução para equilibrar um possível déficit pode prescindir de valores éticos-sociais e solidários. Na justificativa da PEC 287/2016 não existe nenhuma referência a esses valores, reduzindo a Previdência a uma questão econômica.
Buscando diminuir gastos previdenciários, a PEC 287/2016 “soluciona o problema”, excluindo da proteção social os que têm direito a benefícios. Ao propor uma idade única de 65 anos para homens e mulheres, do campo ou da cidade; ao acabar com a aposentadoria especial para trabalhadores rurais; ao comprometer a assistência aos segurados especiais (indígenas, quilombolas, pescadores…); ao reduzir o valor da pensão para viúvas ou viúvos; ao desvincular o salário mínimo como referência para o pagamento do Benefício de Prestação Continuada (BPC), a PEC 287/2016 escolhe o caminho da exclusão social.
A opção inclusiva que preserva direitos não é considerada na PEC. Faz-se necessário auditar a dívida pública, taxar rendimentos das instituições financeiras, rever a desoneração de exportação de commodities, identificar e cobrar os devedores da Previdência. Essas opções ajudariam a tornar realidade o Fundo de Reserva do Regime da Previdência Social – Emenda Constitucional 20/1998, que poderia provisionar recursos exclusivos para a Previdência.
O debate sobre a Previdência não pode ficar restrito a uma disputa ideológico-partidária, sujeito a influências de grupos dos mais diversos interesses. Quando isso acontece, quem perde sempre é a verdade. O diálogo sincero e fundamentado entre governo e sociedade deve ser buscado até à exaustão.
Às senhoras e aos senhores parlamentares, fazemos nossas as palavras do Papa Francisco: “A vossa difícil tarefa é contribuir a fim de que não faltem as subvenções indispensáveis para a subsistência dos trabalhadores desempregados e das suas famílias. Não falte entre as vossas prioridades uma atenção privilegiada para com o trabalho feminino, assim como a assistência à maternidade que sempre deve tutelar a vida que nasce e quem a serve quotidianamente. Tutelai as mulheres, o trabalho das mulheres! Nunca falte a garantia para a velhice, a enfermidade, os acidentes relacionados com o trabalho. Não falte o direito à aposentadoria, e sublinho: o direito — a aposentadoria é um direito! — porque disto é que se trata.”
Convocamos os cristãos e pessoas de boa vontade, particularmente nossas comunidades, a se mobilizarem ao redor da atual Reforma da Previdência, a fim de buscar o melhor para o nosso povo, principalmente os mais fragilizados.
Na celebração do Ano Mariano Nacional, confiamos o povo brasileiro à intercessão de Nossa Senhora Aparecida. Deus nos abençoe!
Brasília, 23 de março de 2017.
Cardeal Sergio da Rocha
Arcebispo de Brasília
Presidente da CNBB

Dom Murilo S. R. Krieger, SCJ
Arcebispo de São Salvador da Bahia
Vice-Presidente da CNBB

Dom Leonardo Ulrich Steiner, OFM
Bispo Auxiliar de Brasília
Secretário-Geral da CNBB
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"VIDA SIM, DROGAS NÃO": DIOCESE PROMOVE CAPACITAÇÃO SOBRE PASTORAL DA SOBRIEDADE


Trabalhar na prevenção do uso de drogas e no resgate de pessoas que se tornaram dependentes químicos. Esse foi o objetivo do curso de capacitação sobre a Pastoral da Sobriedade, realizado no último final de semana, de 24 a 26 de março, no Centro de Treinamento de Líderes, em Carnaíba. 12 paróquias da nossa Diocese se fizeram presentes pelo envio de representantes.

Segundo Padre Raimundo Jorge, articulador do curso, a Pastoral da Sobriedade é um serviço realizado pela Igreja na defesa da vida de pessoas em situação de dependência. "Ela é um organismo da CNBB e já está presente em muitas dioceses. Em nossa Diocese, na última assembléia, em novembro, assumimos como uma prioridade a implantação desse serviço. Ela trabalha em vários âmbitos, um deles é a prevenção. Também apoia a pessoa no processo de libertação de suas dependências, não apenas das drogas, mas também de outras forças que podem deixar a pessoa presa, escravizada", relatou. 

Ainda de acordo com o padre, a Pastoral da Sobriedade é a porta aberta da Igreja para as pessoas que se encontram na angustia das drogas e que muitas vezes sofrem exclusão da sociedade e até mesmo das famílias. Além do trabalho com dependentes de drogas ilícitas como cocaína e maconha, a pastoral também pretende trabalhar o vício em drogas lícitas como álcool, cigarro, entre outras.


OUTRO ENCONTRO NO SEGUNDO SEMESTRE

"Várias paróquias se fizeram presentes no curso. Algumas enviaram uma equipe boa, com cinco ou seis pessoas. Outras enviaram três, dois ou apenas um representante. Mas para que a pastoral possa iniciar os trabalhos é preciso no mínimo uma equipe de quatro pessoas. Por isso teremos outro encontro no segundo semestre de 2017 a fim de ampliar a equipes e alcançar mais paróquias", disse o padre.

O trabalho da Pastoral da Sobriedade é realizado através de encontros semanais, orientados a partir do subsídio "Os 12 passos da Pastoral da Sobriedade". Cada semana é trabalhado um passo, em encontros que incluem oração, leitura do evangelho e partilha de vida. O trabalho é feito em sintonia com os grupos presentes em todo o Brasil, utilizando o mesmo subsídio para os encontros e através do envio de relatórios para o site nacional da Pastoral (http://www.sobriedade.org.br/). 

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28 de mar. de 2017

CAMINHADA DA PENITÊNCIA REALIZADA PELA DIOCESE DE JUAZEIRO CHEGA À SUA 38ª EDIÇÃO NESTE SÁBADO (1º)


A tradicional caminhada penitencial promovida pela Diocese de Juazeiro chega à sua 38ª edição. No próximo sábado, (1º de abril), milhares de fiéis são esperados no trajeto entre a igreja de São Sebastião, bairro Malhada da Areia até a Catedral-Santuário Nossa Senhora das Grotas. Serão mais de quatro horas de caminhada, onde os católicos fazem seus sacrifícios e orações, em preparação à Festa da Páscoa. 

Às 22h acontece a abertura do momento penitencial, com missa presidida pelo Bispo Dom Carlos Alberto (Dom Beto). Em seguida, a caminhada segue pelos bairros Malhada da Areia, Piranga II, Argemiro, Jardim Flórida, Maringá, Santo Antônio e Centro.

Durante o percusso haverá a Via-Sacra e momentos de reflexão, em alusão ao tema da Campanha da Fraternidade 2017, “Fraternidade: biomas brasileiros e defesa da vida” com o lema bíblico “Cultivar e guardar a criação”. O objetivo é cuidar da criação, de modo especial dos biomas brasileiros, dons de Deus, e promover relações fraternas com a vida e a cultura dos povos, à luz do Evangelho.

Cada participante deverá levar 1 Kg de alimento não perecível, e todo o material será doado para uma instituição social do município. 

O pároco da Catedral, Josemar Mota, faz o convite para que todos participem da caminhada, como um “hábito penitencial” lembrando das fragilidades humanas, em busca da reconciliação e conversão.

“Neste tempo quaresmal somos convidados pela palavra de Deus  a intensificar a  penitência ,a oração e a caridade. Reconheçamos que somos povo de Deus que caminha guiados pela palavra do Cristo, voltados para a prática de cuidar do do projeto de Deus, a criação, e nos preparemos para viver a verdadeira páscoa”, destacou. 

Pastoral da Comunicação
Paróquia Nossa Senhora das Grotas
Catedral - Santuário.
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21 de mar. de 2017

CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2017 SERÁ DEBATIDA EM JUAZEIRO NO DIA MUNDIAL DA ÁGUA DURANTE COLETIVA.



Na natureza tudo é interligado. Uma vida só pode existir porque outra lhe dá as condições. Por isso quando essa rede não é respeitada os desastres afetam a todos. Infelizmente no Brasil, tão rico em fauna e flora, os riscos de exploração e destruição em cada um de seus biomas é algo preocupante.

Com o objetivo de despertar a atenção da sociedade para o problema, a Igreja católica lançou em todo o país a Campanha da Fraternidade 2017, com o tema “Biomas brasileiros e defesa da vida”. Em território nacional a campanha segue até a Páscoa, mas conta com iniciativas que visam perdurar no tempo (confira no final do texto).

Em Juazeiro, a Diocese fará no dia mundial da água – 22 de março, quarta-feira – uma coletiva sobre a campanha a nível local, através de uma coletiva de imprensa. Estarão presentes o bispo Dom Beto Breis e Roberto Malvezzi (Gogó), especialista no tema, membro da Comissão Pastoral da Terra e um dos autores do texto-base da CNBB sobre os biomas. O evento acontecerá às 9h na Catedral N. Sra. das Grotas.

A caatinga será um dos principais assuntos. Bioma essencialmente brasileiro, mas que em diversos locais passa por um avançado processo de desertificação, e onde muitas populações ainda sofrem pela pobreza extrema, a caatinga ainda carece de ser mais bem conhecida e preservada. Um dos principais desafios ainda é o preconceito que impede de ver o potencial da região quando se aprende a conviver com o semiárido.

O Brasil é oficialmente composto por seis biomas: caatinga, Amazônia, cerrado, pantanal, mata atlântica e pampa. Cada um sendo caracterizado por uma rede de seres vivos que dividem uma mesma região, com vegetação própria, clima uniforme e uma história comum. A defesa de cada bioma passa por mudanças de atitude individuais e coletivas que toda a sociedade é chamada a empreender.

Campanha sugere ações concretas para cuidado com os biomas:


1 – Incentivar a criação de um projeto de lei que impeça o uso de agrotóxicos;

2 – Apoiar os povos tradicionais nas mobilizações e nas lutas por direitos e regularização de seus territórios;

3 – Fortalecer as iniciativas como as cooperativas, baseadas no agroextrativismo;

4 – Promover a conscientização quanto ao descarte adequado dos resíduos sólidos e esgotos sanitários para preservar os rios, lagoas e igarapés.

5 – Fomentar ações relacionadas a despoluição e revitalização das bacias hidrográficas e baías;

6 – Incentivar o desenvolvimento de projeto de preservação e valorização das frutas e ervas medicinais;

7 – Desenvolver a captação de energia solar descentralizada, como fonte de renda para as famílias e produção de energia;

8 – Reformular e ampliar a rede de captação de água de chuva para beber e produzir;

9 – Fortalecer as políticas públicas para melhoria do saneamento básico e transporte público de qualidade;

10 – Reforçar a Rede Panamazônica (Repam), como espaço de articulação e intercâmbio das várias redes eclesiais que atuam em conjunto na sociedade amazônica;

PASCOM - Pastoral da Comunicação
Diocese de Juazeiro
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ANO LITÚRGICO É TEMA DE FORMAÇÃO REALIZADA PELA DIOCESE EM CARNAÍBA



“Viver a plenitude no tempo de Deus". “Cada tempo tem sua celebração”. Essas foram questões partilhadas durante o Encontro de Formação Litúrgica Diocesano, realizado entre os dias 17, 18 e 18 de março no Centro de Treinamento para Líderes (CTL), no Distrito de Carnaíba do Sertão, Zona Rural de Juazeiro.

O encontro conduzido pelo leigo especialista em liturgia e música litúrgica, Márcio Antônio de Almeida do Estado de São Paulo, teve participação de vários membros de diversas paróquias da Diocese, que aprenderam sobre o tema "Liturgia no Tempo: celebrar o ano litúrgico como povo de Deus a caminho".

“É a terceira vez que venho à Diocese, então participar desse aprendizado é uma graça. No primeiro momento vivenciado no ano passado, pensamos em trabalhar a música na liturgia, no segundo, ainda em 2016, trabalhamos o Ofício Divino das Comunidades, que é a oração da Igreja. Agora nesta terceira formação estudamos o Ano Litúrgico em cada tempo: Advento, Natal, Epifania do Senhor, Quaresma, Tempo Pascal e Tempo Comum para entendermos como a liturgia flui durante o ano, ficando mais fácil celebrar o mistério de Cristo”, explica o formador.

Para o coordenador da Pastoral Litúrgica Diocesana, José Erimatéia de Oliveira, a liturgia é o centro da vida cristã e serve como essência para as pessoas terem consciência dos serviços realizados na Igreja.


“Devemos participar bem das celebrações, dos mistérios sagrados de Cristo e cada formação realizada traz uma gama de conhecimento, de vivências e a Diocese precisa sempre oferecer isso ao povo para termos compreensão do que estamos celebrando”, ressalta.

A partir do estudo realizado, cada participante assumiu o compromisso de repassar a formação do encontro para as comunidades da sede e interior de suas paróquias.



Texto: Ricardo Sousa
Fotos: Ricardo Sousa e Clara Sousa
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18 de mar. de 2017

SOLENIDADE DE SÃO JOSÉ


Especialmente este ano, a Solenidade de São José é celebra-se dia 20 de março. Neste dia, a Igreja, espalhada pelo mundo todo, recorda solenemente a santidade de vida do seu patrono.

Esposo da Virgem Maria, modelo de pai e esposo, protetor da Sagrada Família, São José foi escolhido por Deus para ser o patrono de toda a Igreja de Cristo.

Seu nome, em hebraico, significa “Deus cumula de bens”.

No Evangelho de São Mateus vemos como foi dramático para esse grande homem de Deus acolher, misteriosa, dócil e obedientemente, a mais suprema das escolhas: ser pai adotivo de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Messias, o Salvador do mundo.

“Quando acordou, José fez conforme o anjo do Senhor tinha mandado e acolheu sua esposa” (Mt 1,24).

O Verbo Divino quis viver em família. Hoje, deparamos com o testemunho de José, “Deus cumula de bens”; mas, para que este bem maior penetrasse na sua vida e história, ele precisou renunciar a si mesmo e, na fé, obedecer a Deus acolhendo a Virgem Maria.

Da mesma forma, hoje São José acolhe a Igreja, da qual é o patrono. E é grande intercessor de todos nós.

Que assim como ele, possamos ser dóceis à Palavra e à vontade do Senhor.

São José, rogai por nós!
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13 de mar. de 2017

QUATRO ANOS DE PONTIFICADO DO PAPA FRANCISCO.


Nesta segunda-feira, 13, feriado no Vaticano, o Papa Francisco comemora seu quarto ano de Pontificado.

O Cardeal Bergoglio foi eleito em 13 de março de 2013, no segundo dia do Conclave, escolhendo o nome de Francisco. Ele é o primeiro Jesuíta a ser eleito Papa.

Ao ser eleito, há quatro anos na Capela Sistina, perguntaram a Bergoglio se aceitava. E ele disse: "Eu sou um grande pecador. Mas, confiando na misericórdia e paciência de Deus, no sofrimento, aceito".

Papa Francisco apareceu ao povo na sacada central da Basílica Vaticana, por volta das 20h30 (hora de Roma). Vestindo apenas a batina branca papal, dirigiu-se à multidão presente na Praça São Pedro, dizendo:

“Irmãos e irmãs, boa noite! Vocês sabem que o objetivo do Conclave era eleger o Bispo de Roma. Meus irmãos Cardeais foram buscá-lo quase ao fim do mundo… Por isso, eis-me aqui! Agradeço a todos pela acolhida. Agora, a comunidade diocesana de Roma tem o seu Bispo. Obrigado!”.

A seguir, Francisco acrescentou:

“E agora iniciamos este caminho, o Bispo com seu Povo... o caminho da Igreja de Roma que preside a todas as outras Igrejas na caridade. Um caminho de fraternidade, de amor, de mútua confiança. Rezemos sempre uns pelos outros. Rezemos por todo o mundo, para que haja uma grande fraternidade. Espero que este caminho eclesial, que hoje começamos, com a ajuda do Cardeal Vigário, aqui presente, seja frutuoso para a evangelização desta Cidade tão bela!

Dito isso, o novo Papa concedeu a sua Bênção Apostólica. Antes, porém, pediu um favor aos presentes:
“Antes que o Bispo abençoe o povo, peço-lhes que rezem ao Senhor para que me abençoe: é a oração do povo, pedindo a Bênção para o seu Bispo. Façamos em silêncio esta oração por mim”.

Assim, o Papa inclinou a cabeça, em sinal de oração, e todos na Praça fizeram silêncio por alguns momentos. Por fim, Francisco deu a sua primeira Bênção “Urbi et Orbi”, aos fiéis de Roma e do mundo inteiro, e concluiu desejando a todos "Boa noite e bom descanso!". 

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10 de mar. de 2017

COM INÍCIO DA QUARESMA, APROXIMA-SE A 38ª CAMINHADA DA PENITÊNCIA.

Com o início da Quaresma, aproxima-se a realização da 38ª edição da Caminhada da Penitência em Juazeiro. Neste ano a peregrinação penitencial noturna acontecerá no dia 1º de Abril, um sábado. O início será às 22h com a Santa Missa, na igreja de São Sebastião, bairro Malhada da Areia. O tema a ser refletido durante toda a noite será a Quaresma e a campanha da Fraternidade 2017 - “Biomas brasileiros e defesa da vida”.


Como têm ocorrido nos últimos anos, os participantes percorrerão vários bairros e igrejas da cidade, com paradas para momentos de oração, reflexão e retomada de energia. O percurso será animado por ministérios de música da cidade, que puxarão um minitrio elétrico. A Caminhada da Penitência passará esse ano pela paróquia Santo Antônio, para em seguida ser finalizada na Catedral-Santuário Nossa Senhora das Grotas, por volta das 6h do domingo (02/04).

Segundo os organizadores, o objetivo é motivar as comunidades e famílias a viver bem o período quaresmal, onde os católicos são convidados a cultivar um tempo mais forte de conversão. O fato de ser uma caminhada noturna ressalta o aspecto da oração e da penitência, porque tem as características de peregrinação, mas também de vigília. 

A caatinga será lembrada durante a caminhada. Por ser o bioma da região do Vale do São Francisco – e englobar o tema da Campanha da Fraternidade 2017 –, a organização pretende ressaltar a importância de se preservar a vegetação e a fauna local. Uma forma de colocar em prática não só uma conversão pessoal, mas também social e ecológica.

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CORAGEM E HARMONIA: AS MULHERES SEGUNDO O PAPA FRANCISCO


Esta é a opinião do Papa Francisco: as mulheres são mais corajosas que os homens. Nestes quatro anos de pontificado, o Pontífice não perdeu a oportunidade de falar o que pensa das mulheres, dentro e fora da Igreja.

Em catequeses ou homilias, Francisco faz uma verdadeira ode à figura feminina.

Como por exemplo na homilia de 9 de fevereiro passado, em que o Papa afirmou que para entender uma mulher antes é necessário “sonhá-la”. É a mulher, reconheceu, “que nos ensina a acariciar, a amar com ternura e que faz do mundo uma coisa bela”. Sem a mulher não há harmonia no mundo. E se “explorar as pessoas é um crime de lesa humanidade, explorar uma mulher é mais do que um delito e de um crime: significa destruir a harmonia que Deus quis proporcionar ao mundo”.


Desafios

Mas Francisco está consciente dos desafios que as mulheres devem enfrentar, inclusive dentro da própria Igreja. O Papa confessou que sofre com vê as mulheres desempenhando um papel de servidão em ambientes eclesiais (discurso aos participantes do Seminário sobre a Carta Apostólica de João Paulo II “Mulieris dignitatem” em 12 de outubro de 2013).

E reconheceu (no diálogo que manteve com as participantes na plenária da União Internacional das Superioras-Gerais - UISG, em maio de 2016): “É verdade que as mulheres são excluídas dos processos decisórios na Igreja: não excluídas, mas é muito frágil a inserção das mulheres ali, nos processos decisórios”. Qual é a presença da mulher na Igreja? De que modo pode ser valorizada? “O papel da mulher na Igreja não é feminismo, é um direito!”


Mudanças

Aos poucos, algo vem mudando no Vaticano.... Francisco instituiu uma Comissão de Estudo para o diaconato feminino, nomeou uma reitora para uma Universidade Pontifícia, o Pontifício Conselho para a Cultura criou uma Comissão, as funcionárias do Vaticano se organizaram numa Associação... são pequenos passos numa longa caminhada, considerando por exemplo que de cada 100 religiosos, 83 são mulheres. Como diz o próprio Papa, a “Igreja é mulher”. 

“Este é o grande dom de Deus: nos deu a mulher. No Evangelho, ouvimos do que é capaz uma mulher. Mas é algo mais: a mulher é a harmonia, é a poesia, é a beleza. Sem ela o mundo não seria belo, não seria harmônico. Gosto de pensar, mas isso é algo pessoal, que Deus criou a mulher para que todos nós tivéssemos uma mãe.”


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3 de mar. de 2017

PAPA FRANCISCO: OREMOS PELOS CRISTÃOS PERSEGUIDOS


A Santa Sé divulgou nesta quinta-feira o terceiro vídeo das intenções de oração do Papa Francisco, correspondente ao mês de março de 2017. Nele, pede para rezar pelos cristãos perseguidos por causa de sua fé.

“Quantas pessoas são perseguidas por causa de sua fé, obrigadas a abandonar suas casas, seus locais de culto, suas terras, seus afetos”, clama o Santo Padre.

“São perseguidas e executadas por serem cristãs, sem que os perseguidores façam distinção entre as confissões às quais pertencem”, denuncia.

“Eu lhes faço uma pergunta, quantos de vocês rezam pelos cristãos que são perseguidos? Animem-se a fazer isso comigo, para que experimentem o apoio de todas as Igrejas e comunidades, por meio da oração e da ajuda material”, exorta.


Cada mês, a Santa Sé lança um vídeo no qual apresenta as intenções do Papa sobre os desafios atuais para a humanidade e incentiva a Igreja e todos os que desejam a se unir com ele na oração.

Estes vídeos são uma iniciativa da Rede Mundial de Oração, em colaboração com o Centro Televisivo Vaticano.

No vídeo anterior, publicado em fevereiro, Francisco pedia orações pelos pobres, os refugiados e os marginalizados.

Nos próximos meses, o Papa Francisco pedirá que se reze pelas vocações, pelos cristãos que se afastaram da fé e pelos idosos, entre outras intenções.
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2 de mar. de 2017

PAPA FRANCISCO: QUARESMA, TEMPO DE DIZER NÃO À INDIFERENÇA


O Papa Francisco celebrou a missa, na tarde desta Quarta-feira de Cinzas (1º/03), na Basílica de Santa Sabina, no Aventino, em Roma. 

O Santo Padre iniciou a homilia com uma passagem do Profeta Joel: «Voltem para mim de todo o coração, e se convertam ao Senhor». 

Este é o grito com o qual o profeta se dirige ao povo em nome do Senhor; ninguém podia sentir-se excluído: «Chamem os idosos, reúnam os jovens e crianças de peito, (…) o esposo (…) e a esposa». Todo o povo fiel é convocado para se pôr a caminho e adorar o seu Deus, porque «Ele é piedade e compaixão, paciente e rico em misericórdia».

“Queremos também nós fazer ecoar este apelo, queremos voltar ao coração misericordioso do Pai. Neste tempo de graça que hoje iniciamos, fixemos mais uma vez o nosso olhar em sua misericórdia”, sublinhou Francisco. 


Quaresma, vitória da misericórdia

A seguir, o Papa disse: “A Quaresma é um caminho que nos conduz para a vitória da misericórdia sobre tudo o que procura esmagar-nos ou reduzir-nos a qualquer coisa que não corresponda à dignidade de filhos de Deus. A Quaresma é a estrada da escravidão para a liberdade, do sofrimento para a alegria, da morte para a vida. O gesto das cinzas, com que nos colocamos a caminho, nos lembra a nossa condição original: fomos tirados da terra, somos feitos de pó. Sim, mas pó nas mãos amorosas de Deus, que soprou o seu espírito de vida sobre cada um de nós e quer continuar fazendo; quer continuar nos dando aquele sopro de vida que nos salva de outros tipos de sopro: a asfixia sufocante causada pelos nossos egoísmos, asfixia sufocante gerada por ambições mesquinhas e silenciosas indiferenças; asfixia que sufoca o espírito, estreita o horizonte e anestesia o palpitar do coração. O sopro da vida de Deus nos salva desta asfixia que apaga a nossa fé, resfria a nossa caridade e cancela a nossa esperança. Viver a Quaresma é ter anseio por este sopro de vida que o nosso Pai não cessa de nos oferecer na lama da nossa história”.

Para Francisco, o sopro de vida que vem de Deus “nos liberta daquela asfixia de que muitas vezes nem estamos conscientes, habituando-nos a «olhá-la como normal», apesar de seus efeitos que se fazem sentir; parece-nos «normal», porque nos habituamos a respirar um ar em que a esperança é rarefeita, ar de tristeza e resignação, ar sufocante de pânico e hostilidade”.


Quaresma, tempo de dizer não

“A Quaresma é o tempo para dizer não. Não à asfixia do espírito pela poluição causada pela indiferença, pela negligência de pensar que a vida do outro não me diz respeito; por toda a tentativa de banalizar a vida, especialmente daqueles que carregam na sua própria carne o peso de tanta superficialidade. A Quaresma significa não à poluição intoxicante das palavras vazias e sem sentido, da crítica grosseira e superficial, das análises simplistas que não conseguem abraçar a complexidade dos problemas humanos, especialmente os problemas de quem mais sofre. A Quaresma é o tempo de dizer não; não à asfixia duma oração que nos tranquilize a consciência, duma esmola que nos deixa satisfeitos, dum jejum que nos faça sentir bem. A Quaresma é o tempo de dizer não à asfixia que nasce de intimismos que excluem, que querem chegar a Deus esquivando-se das chagas de Cristo presentes nas chagas dos seus irmãos: espiritualidades que reduzem a fé a culturas de gueto e exclusão.”


Quaresma, tempo de memória

O Papa disse ainda que “a Quaresma é tempo de memória. É o tempo para pensar e nos perguntar: Que seria de nós se Deus nos tivesse fechado as portas? Que seria de nós sem a sua misericórdia, que não se cansou de nos perdoar e sempre nos deu uma oportunidade para começar de novo? A Quaresma é o tempo para nos perguntarmos: Onde estaríamos nós sem a ajuda de tantos rostos silenciosos que nos estenderam a mão de mil modos e, com ações muito concretas, nos devolveram a esperança e ajudaram a recomeçar?”

“A Quaresma é o tempo para voltar a respirar, é o tempo para abrir o coração ao sopro do Único capaz de transformar o nosso pó em humanidade. É o tempo não tanto para rasgar as vestes frente ao mal que nos rodeia, mas sobretudo para dar espaço na nossa vida a todo o bem que podemos realizar, despojando-nos daquilo que nos isola, fecha e paralisa. A Quaresma é o tempo da compaixão para dizer com o salmista: «Dai-nos [, Senhor,] a alegria da tua salvação, sustentai-nos com um espírito generoso», a fim de proclamarmos com a nossa vida o teu louvor e que o nosso pó – pela força do teu sopro de vida – se transforme em «pó enamorado».

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PAPA FRANCISCO: MENSAGEM PARA A QUARESMA "A PALAVRA É UM DOM. O OUTRO É UM DOM"



"A Palavra é um dom. O outro é um dom." Este é o título da mensagem do Papa Francisco para a Quaresma de 2017. Leia a seguir o texto na íntegra.

Amados irmãos e irmãs!

            A Quaresma é um novo começo, uma estrada que leva a um destino seguro: a Páscoa de Ressurreição, a vitória de Cristo sobre a morte. E este tempo não cessa de nos dirigir um forte convite à conversão: o cristão é chamado a voltar para Deus «de todo o coração» (Jl 2, 12), não se contentando com uma vida medíocre, mas crescendo na amizade do Senhor. Jesus é o amigo fiel que nunca nos abandona, pois, mesmo quando pecamos, espera pacientemente pelo nosso regresso a Ele e, com esta espera, manifesta a sua vontade de perdão (cf. Homilia na Santa Missa, 8 de janeiro de 2016).

            A Quaresma é o momento favorável para intensificarmos a vida espiritual através dos meios santos que a Igreja nos propõe: o jejum, a oração e a esmola. Na base de tudo isto, porém, está a Palavra de Deus, que somos convidados a ouvir e meditar com maior assiduidade neste tempo. Aqui queria deter-me, em particular, na parábola do homem rico e do pobre Lázaro (cf. Lc 16, 19-31). Deixemo-nos inspirar por esta página tão significativa, que nos dá a chave para compreender como temos de agir para alcançarmos a verdadeira felicidade e a vida eterna, incitando-nos a uma sincera conversão.


1.         O outro é um dom

            A parábola inicia com a apresentação dos dois personagens principais, mas quem aparece descrito de forma mais detalhada é o pobre: encontra-se numa condição desesperada e sem forças para se solevar, jaz à porta do rico na esperança de comer as migalhas que caem da mesa dele, tem o corpo coberto de chagas, que os cães vêm lamber (cf. vv. 20-21). Enfim, o quadro é sombrio, com o homem degradado e humilhado.

            A cena revela-se ainda mais dramática, quando se considera que o pobre se chama Lázaro, um nome muito promissor pois significa, literalmente, «Deus ajuda». Não se trata duma pessoa anónima; antes, tem traços muito concretos e aparece como um indivíduo a quem podemos atribuir uma história pessoal. Enquanto Lázaro é como que invisível para o rico, a nossos olhos aparece como um ser conhecido e quase de família, torna-se um rosto; e, como tal, é um dom, uma riqueza inestimável, um ser querido, amado, recordado por Deus, apesar da sua condição concreta ser a duma escória humana (cf. Homilia na Santa Missa, 8 de janeiro de 2016).

            Lázaro ensina-nos que o outro é um dom. A justa relação com as pessoas consiste em reconhecer, com gratidão, o seu valor. O próprio pobre à porta do rico não é um empecilho fastidioso, mas um apelo a converter-se e mudar de vida. O primeiro convite que nos faz esta parábola é o de abrir a porta do nosso coração ao outro, porque cada pessoa é um dom, seja ela o nosso vizinho ou o pobre desconhecido. A Quaresma é um tempo propício para abrir a porta a cada necessitado e nele reconhecer o rosto de Cristo. Cada um de nós encontra-o no próprio caminho. Cada vida que se cruza connosco é um dom e merece aceitação, respeito, amor. A Palavra de Deus ajuda-nos a abrir os olhos para acolher a vida e amá-la, sobretudo quando é frágil. Mas, para se poder fazer isto, é necessário tomar a sério também aquilo que o Evangelho nos revela a propósito do homem rico.


2.         O pecado cega-nos

            A parábola põe em evidência, sem piedade, as contradições em que vive o rico (cf. v. 19). Este personagem, ao contrário do pobre Lázaro, não tem um nome, é qualificado apenas como «rico». A sua opulência manifesta-se nas roupas, de um luxo exagerado, que usa. De facto, a púrpura era muito apreciada, mais do que a prata e o ouro, e por isso se reservava para os deuses (cf. Jr 10, 9) e os reis (cf. Jz 8, 26). O linho fino era um linho especial que ajudava a conferir à posição da pessoa um caráter quase sagrado. Assim, a riqueza deste homem é excessiva, inclusive porque exibida habitualmente: «Fazia todos os dias esplêndidos banquetes» (v. 19). Entrevê-se nele, dramaticamente, a corrupção do pecado, que se realiza em três momentos sucessivos: o amor ao dinheiro, a vaidade e a soberba (cf. Homilia na Santa Missa, 20 de setembro de 2013).

            O apóstolo Paulo diz que «a raiz de todos os males é a ganância do dinheiro» (1 Tm 6, 10). Esta é o motivo principal da corrupção e uma fonte de invejas, contendas e suspeitas. O dinheiro pode chegar a dominar-nos até ao ponto de se tornar um ídolo tirânico (cf. Exort. ap. Evangelii gaudium, 55). Em vez de instrumento ao nosso dispor para fazer o bem e exercer a solidariedade com os outros, o dinheiro pode-nos subjugar, a nós e ao mundo inteiro, numa lógica egoísta que não deixa espaço ao amor e dificulta a paz.

            Depois, a parábola mostra-nos que a ganância do rico fá-lo vaidoso. A sua personalidade vive de aparências, fazendo ver aos outros aquilo que se pode permitir. Mas a aparência serve de máscara para o seu vazio interior. A sua vida está prisioneira da exterioridade, da dimensão mais superficial e efémera da existência (cf. ibid., 62).

            O degrau mais baixo desta deterioração moral é a soberba. O homem veste-se como se fosse um rei, simula a posição dum deus, esquecendo-se que é um simples mortal. Para o homem corrompido pelo amor das riquezas, nada mais existe além do próprio eu e, por isso, as pessoas que o rodeiam não caiem sob a alçada do seu olhar. Assim o fruto do apego ao dinheiro é uma espécie de cegueira: o rico não vê o pobre esfomeado, chagado e prostrado na sua humilhação.

            Olhando para esta figura, compreende-se por que motivo o Evangelho é tão claro ao condenar o amor ao dinheiro: «Ninguém pode servir a dois senhores: ou não gostará de um deles e estimará o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e ao dinheiro» (Mt 6, 24).


3.         A Palavra é um dom

            O Evangelho do homem rico e do pobre Lázaro ajuda a prepararmo-nos bem para a Páscoa que se aproxima. A liturgia de Quarta-Feira de Cinzas convida-nos a viver uma experiência semelhante à que faz de forma tão dramática o rico. Quando impõe as cinzas sobre a cabeça, o sacerdote repete estas palavras: «Lembra-te, homem, que és pó da terra e à terra hás de voltar». De facto, tanto o rico como o pobre morrem, e a parte principal da parábola desenrola-se no Além. Dum momento para o outro, os dois personagens descobrem que nós «nada trouxemos ao mundo e nada podemos levar dele» (1 Tm 6, 7).

            Também o nosso olhar se abre para o Além, onde o rico tece um longo diálogo com Abraão, a quem trata por «pai» (Lc 16, 24.27), dando mostras de fazer parte do povo de Deus. Este detalhe torna ainda mais contraditória a sua vida, porque até agora nada se disse da sua relação com Deus. Com efeito, na sua vida, não havia lugar para Deus, sendo ele mesmo o seu único deus.

            Só no meio dos tormentos do Além é que o rico reconhece Lázaro e queria que o pobre aliviasse os seus sofrimentos com um pouco de água. Os gestos solicitados a Lázaro são semelhantes aos que o rico poderia ter feito, mas nunca fez. Abraão, porém, explica-lhe: «Recebeste os teus bens na vida, enquanto Lázaro recebeu somente males. Agora, ele é consolado, enquanto tu és atormentado» (v. 25). No Além, restabelece-se uma certa equidade, e os males da vida são contrabalançados pelo bem.

            Mas a parábola continua, apresentando uma mensagem para todos os cristãos. De facto o rico, que ainda tem irmãos vivos, pede a Abraão que mande Lázaro avisá-los; mas Abraão respondeu: «Têm Moisés e os Profetas; que os oiçam» (v. 29). E, à sucessiva objeção do rico, acrescenta: «Se não dão ouvidos a Moisés e aos Profetas, tão-pouco se deixarão convencer, se alguém ressuscitar dentre os mortos» (v. 31).

            Deste modo se patenteia o verdadeiro problema do rico: a raiz dos seus males é não dar ouvidos à Palavra de Deus; isto levou-o a deixar de amar a Deus e, consequentemente, a desprezar o próximo. A Palavra de Deus é uma força viva, capaz de suscitar a conversão no coração dos homens e orientar de novo a pessoa para Deus. Fechar o coração ao dom de Deus que fala, tem como consequência fechar o coração ao dom do irmão.

            Amados irmãos e irmãs, a Quaresma é o tempo favorável para nos renovarmos, encontrando Cristo vivo na sua Palavra, nos Sacramentos e no próximo. O Senhor – que, nos quarenta dias passados no deserto, venceu as ciladas do Tentador – indica-nos o caminho a seguir. Que o Espírito Santo nos guie na realização dum verdadeiro caminho de conversão, para redescobrirmos o dom da Palavra de Deus, sermos purificados do pecado que nos cega e servirmos Cristo presente nos irmãos necessitados. Encorajo todos os fiéis a expressar esta renovação espiritual, inclusive participando nas Campanhas de Quaresma que muitos organismos eclesiais, em várias partes do mundo, promovem para fazer crescer a cultura do encontro na única família humana. Rezemos uns pelos outros para que, participando na vitória de Cristo, saibamos abrir as nossas portas ao frágil e ao pobre. Então poderemos viver e testemunhar em plenitude a alegria da Páscoa.


            Vaticano, 18 de outubro de 2016.
            Festa do Evangelista São Lucas 

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