10 de mar. de 2017

CORAGEM E HARMONIA: AS MULHERES SEGUNDO O PAPA FRANCISCO


Esta é a opinião do Papa Francisco: as mulheres são mais corajosas que os homens. Nestes quatro anos de pontificado, o Pontífice não perdeu a oportunidade de falar o que pensa das mulheres, dentro e fora da Igreja.

Em catequeses ou homilias, Francisco faz uma verdadeira ode à figura feminina.

Como por exemplo na homilia de 9 de fevereiro passado, em que o Papa afirmou que para entender uma mulher antes é necessário “sonhá-la”. É a mulher, reconheceu, “que nos ensina a acariciar, a amar com ternura e que faz do mundo uma coisa bela”. Sem a mulher não há harmonia no mundo. E se “explorar as pessoas é um crime de lesa humanidade, explorar uma mulher é mais do que um delito e de um crime: significa destruir a harmonia que Deus quis proporcionar ao mundo”.


Desafios

Mas Francisco está consciente dos desafios que as mulheres devem enfrentar, inclusive dentro da própria Igreja. O Papa confessou que sofre com vê as mulheres desempenhando um papel de servidão em ambientes eclesiais (discurso aos participantes do Seminário sobre a Carta Apostólica de João Paulo II “Mulieris dignitatem” em 12 de outubro de 2013).

E reconheceu (no diálogo que manteve com as participantes na plenária da União Internacional das Superioras-Gerais - UISG, em maio de 2016): “É verdade que as mulheres são excluídas dos processos decisórios na Igreja: não excluídas, mas é muito frágil a inserção das mulheres ali, nos processos decisórios”. Qual é a presença da mulher na Igreja? De que modo pode ser valorizada? “O papel da mulher na Igreja não é feminismo, é um direito!”


Mudanças

Aos poucos, algo vem mudando no Vaticano.... Francisco instituiu uma Comissão de Estudo para o diaconato feminino, nomeou uma reitora para uma Universidade Pontifícia, o Pontifício Conselho para a Cultura criou uma Comissão, as funcionárias do Vaticano se organizaram numa Associação... são pequenos passos numa longa caminhada, considerando por exemplo que de cada 100 religiosos, 83 são mulheres. Como diz o próprio Papa, a “Igreja é mulher”. 

“Este é o grande dom de Deus: nos deu a mulher. No Evangelho, ouvimos do que é capaz uma mulher. Mas é algo mais: a mulher é a harmonia, é a poesia, é a beleza. Sem ela o mundo não seria belo, não seria harmônico. Gosto de pensar, mas isso é algo pessoal, que Deus criou a mulher para que todos nós tivéssemos uma mãe.”


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3 de mar. de 2017

PAPA FRANCISCO: OREMOS PELOS CRISTÃOS PERSEGUIDOS


A Santa Sé divulgou nesta quinta-feira o terceiro vídeo das intenções de oração do Papa Francisco, correspondente ao mês de março de 2017. Nele, pede para rezar pelos cristãos perseguidos por causa de sua fé.

“Quantas pessoas são perseguidas por causa de sua fé, obrigadas a abandonar suas casas, seus locais de culto, suas terras, seus afetos”, clama o Santo Padre.

“São perseguidas e executadas por serem cristãs, sem que os perseguidores façam distinção entre as confissões às quais pertencem”, denuncia.

“Eu lhes faço uma pergunta, quantos de vocês rezam pelos cristãos que são perseguidos? Animem-se a fazer isso comigo, para que experimentem o apoio de todas as Igrejas e comunidades, por meio da oração e da ajuda material”, exorta.


Cada mês, a Santa Sé lança um vídeo no qual apresenta as intenções do Papa sobre os desafios atuais para a humanidade e incentiva a Igreja e todos os que desejam a se unir com ele na oração.

Estes vídeos são uma iniciativa da Rede Mundial de Oração, em colaboração com o Centro Televisivo Vaticano.

No vídeo anterior, publicado em fevereiro, Francisco pedia orações pelos pobres, os refugiados e os marginalizados.

Nos próximos meses, o Papa Francisco pedirá que se reze pelas vocações, pelos cristãos que se afastaram da fé e pelos idosos, entre outras intenções.
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2 de mar. de 2017

PAPA FRANCISCO: QUARESMA, TEMPO DE DIZER NÃO À INDIFERENÇA


O Papa Francisco celebrou a missa, na tarde desta Quarta-feira de Cinzas (1º/03), na Basílica de Santa Sabina, no Aventino, em Roma. 

O Santo Padre iniciou a homilia com uma passagem do Profeta Joel: «Voltem para mim de todo o coração, e se convertam ao Senhor». 

Este é o grito com o qual o profeta se dirige ao povo em nome do Senhor; ninguém podia sentir-se excluído: «Chamem os idosos, reúnam os jovens e crianças de peito, (…) o esposo (…) e a esposa». Todo o povo fiel é convocado para se pôr a caminho e adorar o seu Deus, porque «Ele é piedade e compaixão, paciente e rico em misericórdia».

“Queremos também nós fazer ecoar este apelo, queremos voltar ao coração misericordioso do Pai. Neste tempo de graça que hoje iniciamos, fixemos mais uma vez o nosso olhar em sua misericórdia”, sublinhou Francisco. 


Quaresma, vitória da misericórdia

A seguir, o Papa disse: “A Quaresma é um caminho que nos conduz para a vitória da misericórdia sobre tudo o que procura esmagar-nos ou reduzir-nos a qualquer coisa que não corresponda à dignidade de filhos de Deus. A Quaresma é a estrada da escravidão para a liberdade, do sofrimento para a alegria, da morte para a vida. O gesto das cinzas, com que nos colocamos a caminho, nos lembra a nossa condição original: fomos tirados da terra, somos feitos de pó. Sim, mas pó nas mãos amorosas de Deus, que soprou o seu espírito de vida sobre cada um de nós e quer continuar fazendo; quer continuar nos dando aquele sopro de vida que nos salva de outros tipos de sopro: a asfixia sufocante causada pelos nossos egoísmos, asfixia sufocante gerada por ambições mesquinhas e silenciosas indiferenças; asfixia que sufoca o espírito, estreita o horizonte e anestesia o palpitar do coração. O sopro da vida de Deus nos salva desta asfixia que apaga a nossa fé, resfria a nossa caridade e cancela a nossa esperança. Viver a Quaresma é ter anseio por este sopro de vida que o nosso Pai não cessa de nos oferecer na lama da nossa história”.

Para Francisco, o sopro de vida que vem de Deus “nos liberta daquela asfixia de que muitas vezes nem estamos conscientes, habituando-nos a «olhá-la como normal», apesar de seus efeitos que se fazem sentir; parece-nos «normal», porque nos habituamos a respirar um ar em que a esperança é rarefeita, ar de tristeza e resignação, ar sufocante de pânico e hostilidade”.


Quaresma, tempo de dizer não

“A Quaresma é o tempo para dizer não. Não à asfixia do espírito pela poluição causada pela indiferença, pela negligência de pensar que a vida do outro não me diz respeito; por toda a tentativa de banalizar a vida, especialmente daqueles que carregam na sua própria carne o peso de tanta superficialidade. A Quaresma significa não à poluição intoxicante das palavras vazias e sem sentido, da crítica grosseira e superficial, das análises simplistas que não conseguem abraçar a complexidade dos problemas humanos, especialmente os problemas de quem mais sofre. A Quaresma é o tempo de dizer não; não à asfixia duma oração que nos tranquilize a consciência, duma esmola que nos deixa satisfeitos, dum jejum que nos faça sentir bem. A Quaresma é o tempo de dizer não à asfixia que nasce de intimismos que excluem, que querem chegar a Deus esquivando-se das chagas de Cristo presentes nas chagas dos seus irmãos: espiritualidades que reduzem a fé a culturas de gueto e exclusão.”


Quaresma, tempo de memória

O Papa disse ainda que “a Quaresma é tempo de memória. É o tempo para pensar e nos perguntar: Que seria de nós se Deus nos tivesse fechado as portas? Que seria de nós sem a sua misericórdia, que não se cansou de nos perdoar e sempre nos deu uma oportunidade para começar de novo? A Quaresma é o tempo para nos perguntarmos: Onde estaríamos nós sem a ajuda de tantos rostos silenciosos que nos estenderam a mão de mil modos e, com ações muito concretas, nos devolveram a esperança e ajudaram a recomeçar?”

“A Quaresma é o tempo para voltar a respirar, é o tempo para abrir o coração ao sopro do Único capaz de transformar o nosso pó em humanidade. É o tempo não tanto para rasgar as vestes frente ao mal que nos rodeia, mas sobretudo para dar espaço na nossa vida a todo o bem que podemos realizar, despojando-nos daquilo que nos isola, fecha e paralisa. A Quaresma é o tempo da compaixão para dizer com o salmista: «Dai-nos [, Senhor,] a alegria da tua salvação, sustentai-nos com um espírito generoso», a fim de proclamarmos com a nossa vida o teu louvor e que o nosso pó – pela força do teu sopro de vida – se transforme em «pó enamorado».

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PAPA FRANCISCO: MENSAGEM PARA A QUARESMA "A PALAVRA É UM DOM. O OUTRO É UM DOM"



"A Palavra é um dom. O outro é um dom." Este é o título da mensagem do Papa Francisco para a Quaresma de 2017. Leia a seguir o texto na íntegra.

Amados irmãos e irmãs!

            A Quaresma é um novo começo, uma estrada que leva a um destino seguro: a Páscoa de Ressurreição, a vitória de Cristo sobre a morte. E este tempo não cessa de nos dirigir um forte convite à conversão: o cristão é chamado a voltar para Deus «de todo o coração» (Jl 2, 12), não se contentando com uma vida medíocre, mas crescendo na amizade do Senhor. Jesus é o amigo fiel que nunca nos abandona, pois, mesmo quando pecamos, espera pacientemente pelo nosso regresso a Ele e, com esta espera, manifesta a sua vontade de perdão (cf. Homilia na Santa Missa, 8 de janeiro de 2016).

            A Quaresma é o momento favorável para intensificarmos a vida espiritual através dos meios santos que a Igreja nos propõe: o jejum, a oração e a esmola. Na base de tudo isto, porém, está a Palavra de Deus, que somos convidados a ouvir e meditar com maior assiduidade neste tempo. Aqui queria deter-me, em particular, na parábola do homem rico e do pobre Lázaro (cf. Lc 16, 19-31). Deixemo-nos inspirar por esta página tão significativa, que nos dá a chave para compreender como temos de agir para alcançarmos a verdadeira felicidade e a vida eterna, incitando-nos a uma sincera conversão.


1.         O outro é um dom

            A parábola inicia com a apresentação dos dois personagens principais, mas quem aparece descrito de forma mais detalhada é o pobre: encontra-se numa condição desesperada e sem forças para se solevar, jaz à porta do rico na esperança de comer as migalhas que caem da mesa dele, tem o corpo coberto de chagas, que os cães vêm lamber (cf. vv. 20-21). Enfim, o quadro é sombrio, com o homem degradado e humilhado.

            A cena revela-se ainda mais dramática, quando se considera que o pobre se chama Lázaro, um nome muito promissor pois significa, literalmente, «Deus ajuda». Não se trata duma pessoa anónima; antes, tem traços muito concretos e aparece como um indivíduo a quem podemos atribuir uma história pessoal. Enquanto Lázaro é como que invisível para o rico, a nossos olhos aparece como um ser conhecido e quase de família, torna-se um rosto; e, como tal, é um dom, uma riqueza inestimável, um ser querido, amado, recordado por Deus, apesar da sua condição concreta ser a duma escória humana (cf. Homilia na Santa Missa, 8 de janeiro de 2016).

            Lázaro ensina-nos que o outro é um dom. A justa relação com as pessoas consiste em reconhecer, com gratidão, o seu valor. O próprio pobre à porta do rico não é um empecilho fastidioso, mas um apelo a converter-se e mudar de vida. O primeiro convite que nos faz esta parábola é o de abrir a porta do nosso coração ao outro, porque cada pessoa é um dom, seja ela o nosso vizinho ou o pobre desconhecido. A Quaresma é um tempo propício para abrir a porta a cada necessitado e nele reconhecer o rosto de Cristo. Cada um de nós encontra-o no próprio caminho. Cada vida que se cruza connosco é um dom e merece aceitação, respeito, amor. A Palavra de Deus ajuda-nos a abrir os olhos para acolher a vida e amá-la, sobretudo quando é frágil. Mas, para se poder fazer isto, é necessário tomar a sério também aquilo que o Evangelho nos revela a propósito do homem rico.


2.         O pecado cega-nos

            A parábola põe em evidência, sem piedade, as contradições em que vive o rico (cf. v. 19). Este personagem, ao contrário do pobre Lázaro, não tem um nome, é qualificado apenas como «rico». A sua opulência manifesta-se nas roupas, de um luxo exagerado, que usa. De facto, a púrpura era muito apreciada, mais do que a prata e o ouro, e por isso se reservava para os deuses (cf. Jr 10, 9) e os reis (cf. Jz 8, 26). O linho fino era um linho especial que ajudava a conferir à posição da pessoa um caráter quase sagrado. Assim, a riqueza deste homem é excessiva, inclusive porque exibida habitualmente: «Fazia todos os dias esplêndidos banquetes» (v. 19). Entrevê-se nele, dramaticamente, a corrupção do pecado, que se realiza em três momentos sucessivos: o amor ao dinheiro, a vaidade e a soberba (cf. Homilia na Santa Missa, 20 de setembro de 2013).

            O apóstolo Paulo diz que «a raiz de todos os males é a ganância do dinheiro» (1 Tm 6, 10). Esta é o motivo principal da corrupção e uma fonte de invejas, contendas e suspeitas. O dinheiro pode chegar a dominar-nos até ao ponto de se tornar um ídolo tirânico (cf. Exort. ap. Evangelii gaudium, 55). Em vez de instrumento ao nosso dispor para fazer o bem e exercer a solidariedade com os outros, o dinheiro pode-nos subjugar, a nós e ao mundo inteiro, numa lógica egoísta que não deixa espaço ao amor e dificulta a paz.

            Depois, a parábola mostra-nos que a ganância do rico fá-lo vaidoso. A sua personalidade vive de aparências, fazendo ver aos outros aquilo que se pode permitir. Mas a aparência serve de máscara para o seu vazio interior. A sua vida está prisioneira da exterioridade, da dimensão mais superficial e efémera da existência (cf. ibid., 62).

            O degrau mais baixo desta deterioração moral é a soberba. O homem veste-se como se fosse um rei, simula a posição dum deus, esquecendo-se que é um simples mortal. Para o homem corrompido pelo amor das riquezas, nada mais existe além do próprio eu e, por isso, as pessoas que o rodeiam não caiem sob a alçada do seu olhar. Assim o fruto do apego ao dinheiro é uma espécie de cegueira: o rico não vê o pobre esfomeado, chagado e prostrado na sua humilhação.

            Olhando para esta figura, compreende-se por que motivo o Evangelho é tão claro ao condenar o amor ao dinheiro: «Ninguém pode servir a dois senhores: ou não gostará de um deles e estimará o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e ao dinheiro» (Mt 6, 24).


3.         A Palavra é um dom

            O Evangelho do homem rico e do pobre Lázaro ajuda a prepararmo-nos bem para a Páscoa que se aproxima. A liturgia de Quarta-Feira de Cinzas convida-nos a viver uma experiência semelhante à que faz de forma tão dramática o rico. Quando impõe as cinzas sobre a cabeça, o sacerdote repete estas palavras: «Lembra-te, homem, que és pó da terra e à terra hás de voltar». De facto, tanto o rico como o pobre morrem, e a parte principal da parábola desenrola-se no Além. Dum momento para o outro, os dois personagens descobrem que nós «nada trouxemos ao mundo e nada podemos levar dele» (1 Tm 6, 7).

            Também o nosso olhar se abre para o Além, onde o rico tece um longo diálogo com Abraão, a quem trata por «pai» (Lc 16, 24.27), dando mostras de fazer parte do povo de Deus. Este detalhe torna ainda mais contraditória a sua vida, porque até agora nada se disse da sua relação com Deus. Com efeito, na sua vida, não havia lugar para Deus, sendo ele mesmo o seu único deus.

            Só no meio dos tormentos do Além é que o rico reconhece Lázaro e queria que o pobre aliviasse os seus sofrimentos com um pouco de água. Os gestos solicitados a Lázaro são semelhantes aos que o rico poderia ter feito, mas nunca fez. Abraão, porém, explica-lhe: «Recebeste os teus bens na vida, enquanto Lázaro recebeu somente males. Agora, ele é consolado, enquanto tu és atormentado» (v. 25). No Além, restabelece-se uma certa equidade, e os males da vida são contrabalançados pelo bem.

            Mas a parábola continua, apresentando uma mensagem para todos os cristãos. De facto o rico, que ainda tem irmãos vivos, pede a Abraão que mande Lázaro avisá-los; mas Abraão respondeu: «Têm Moisés e os Profetas; que os oiçam» (v. 29). E, à sucessiva objeção do rico, acrescenta: «Se não dão ouvidos a Moisés e aos Profetas, tão-pouco se deixarão convencer, se alguém ressuscitar dentre os mortos» (v. 31).

            Deste modo se patenteia o verdadeiro problema do rico: a raiz dos seus males é não dar ouvidos à Palavra de Deus; isto levou-o a deixar de amar a Deus e, consequentemente, a desprezar o próximo. A Palavra de Deus é uma força viva, capaz de suscitar a conversão no coração dos homens e orientar de novo a pessoa para Deus. Fechar o coração ao dom de Deus que fala, tem como consequência fechar o coração ao dom do irmão.

            Amados irmãos e irmãs, a Quaresma é o tempo favorável para nos renovarmos, encontrando Cristo vivo na sua Palavra, nos Sacramentos e no próximo. O Senhor – que, nos quarenta dias passados no deserto, venceu as ciladas do Tentador – indica-nos o caminho a seguir. Que o Espírito Santo nos guie na realização dum verdadeiro caminho de conversão, para redescobrirmos o dom da Palavra de Deus, sermos purificados do pecado que nos cega e servirmos Cristo presente nos irmãos necessitados. Encorajo todos os fiéis a expressar esta renovação espiritual, inclusive participando nas Campanhas de Quaresma que muitos organismos eclesiais, em várias partes do mundo, promovem para fazer crescer a cultura do encontro na única família humana. Rezemos uns pelos outros para que, participando na vitória de Cristo, saibamos abrir as nossas portas ao frágil e ao pobre. Então poderemos viver e testemunhar em plenitude a alegria da Páscoa.


            Vaticano, 18 de outubro de 2016.
            Festa do Evangelista São Lucas 

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28 de fev. de 2017

NOSSA SENHORA DAS GROTAS E APARECIDA NO SAMBA. - ROBERTO MALVEZZI (GOGÓ)



O sagrado e o profano não têm distinção no meio do povo. Conforme a famosa frase de Moraes Moreira “sagrado e profano o baiano é carnaval”. O que interessa é a festa. Os demais elementos vêm como auxiliares, inclusive se o enredo for sobre Nossa Senhora Aparecida ou Nossa Senhora das Grotas abrindo o desfile de Grande Rio em homenagem à Ivete Sangalo.

Mas, observando mais fundo, há elementos arquetípicos nessas Marias bem brasileiras. Eu conheço bem ambas, por ter estudado em Aparecida e por morar em Juazeiro, onde Nossa Senhora das Grotas é padroeira. Viajando o Brasil, acabei fazendo um CD chamado “Maria e Ecologia”.

Um detalhe, Nossa Senhora das Grotas é mais antiga que Nossa Senhora Aparecida. Encontrada em 1707 nas grotas do Rio São Francisco por um índio, que a entregou a um vaqueiro e esse a entregou ao missionário que pregava nos sertões. A festa de 300 anos dessa Maria foi em 2007.

A homenagem à Ivete levou para a avenida não só Nossa Senhora, mas as lendas e mitos do São Francisco, como o Nego D’Água – estranho, de amarelo -, a Mãe D’Água, as carrancas e até a serpente que está presa por três fios de cabelos de Nossa Senhora na Ilha do Fogo, que está justamente entre Juazeiro e Petrolina.

Já Nossa Senhora Aparecida, encontrada no rio Paraíba, completa 300 anos de sua história agora em 2017. O carnavalesco viu aí um tema importante para grande parte do povo brasileiro e fez dele um carnaval.

Entretanto, hoje o rio São Francisco é um fiapo de água e o rio Paraíba um esgoto a céu aberto. Pescadores e índios não encontrariam mais a Aparecida em suas redes, simplesmente porque nem é possível mais pescar naquelas águas. Nossos índios do São Francisco não têm muito mais que fazer procurando peixes nas grotas – buracos nas pedras – do rio São Francisco.

Aí que a figura arquetípica de Maria, encontrada sempre em rios, por pessoas simples como pescadores, índios, caboclos, vaqueiros, etc., mostra seu lado evangelizador e ecológico.

Nessa Campanha da Fraternidade de 2017, comemorando os 300 anos de Aparecida, que a Senhora das Grotas, de Aparecida, do Círio de Nazaré (encontrada num igarapé) e tantas outras manifestações marianas, nos ajudem a cuidar de nossos biomas, sem os quais não teremos mais rios.

OBS: Tenho uma música contando a história de Aparecida e outra contando a história de N. S. das Grotas. Seguem os links abaixo para os interessados.
http://robertomalvezzi.com.br/albuns/maria-ecologia/ (Ctrl + click, segunda faixa)
https://www.youtube.com/watch?v=mrlmBRuz3TA (Vídeo Youtube)

ROBERTO MALVEZZI (GOGÓ)
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27 de fev. de 2017

CATEDRAL SANTUÁRIO ABRE CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2017 NESTA QUARTA FEIRA DE CINZAS.


A Campanha da Fraternidade 2017  será lançada, oficialmente, nesta quarta-feira (1º). O tema da Campanha é: ‘Fraternidade: biomas brasileiros e defesa da vida’ . O lema bíblico é ‘Cultivar e guardar a criação’.

O objetivo é cuidar da criação, de modo especial dos biomas brasileiros, dons de Deus, e promover relações fraternas com a vida e a cultura dos povos, à luz do Evangelho.

Na Diocese de Juazeiro, os católicos celebram a “Quarta-feira de Cinzas”, que dá início ao período da Quaresma. Como de costume, acontecem celebrações especiais nas paróquias e comunidades e na Catedral-Santuário Nossa Senhora das Grotas, a missa será às 19h30.

Durante as celebrações será feita a tradicional imposição das cinzas sobre a cabeça dos fiéis.


O que é a Quarta-feira de Cinzas?

É o primeiro dia da Quaresma, ou seja, dos 40 dias nos quais a Igreja chama os fiéis a converter-se e a preparar-se verdadeiramente para viver os mistérios da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo durante a Semana Santa.

A tradição de impor a cinza é da Igreja primitiva. Naquela época, as pessoas colocavam as cinzas na cabeça e se apresentavam ante a comunidade com um “hábito penitencial” para receber o Sacramento da Reconciliação na Quinta-feira Santa.

A Quaresma adquiriu um sentido penitencial para todos os cristãos quase 400 anos d.C. e, a partir do século XI, a Igreja de Roma impõe as cinzas no início deste tempo.

Para o vigário geral da Diocese de Juazeiro, Josemar Mota, “Quaresma é tempo de graça, tempo de conversão, tempo de escuta da Palavra de Deus, onde somos interpelados a vivermos o testemunho da fé.  Este tempo nos é propicio para nos deixarmos ser questionados pela palavra de Deus, diante de tantos acontecimentos que contradizem a vontade do Senhor”.

Ricardo Souza - PASCOM
Paróquia N. Sra. das Grotas
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23 de fev. de 2017

11º MANDAMENTO - ROBERTO MALVEZZI (GOGÓ)


A Quaresma continua a mesma e, com as Campanhas da Fraternidade, cada vez melhor. É um tempo que rememora os 40 anos do povo de Israel no deserto, ou 40 dias de Jesus no deserto, ou 40 dias que a Igreja delimitou como anteriores à celebração da Páscoa. Os sinais de “conversão”, no sentido de “rasgar os corações e não as vestes”, são o jejum, a oração e a esmola. Mas, o que importa é a conversão permanente.

Entretanto, ao trazer o tema da CF relacionando a fraternidade com o cuidado dos biomas brasileiros, a Igreja fala aos católicos, às outras Igrejas e a todo povo brasileiro. Agora nossa conversão adquire uma terceira dimensão. Se antes era um período de conversão a Deus e aos irmãos, agora inclui o 11º mandamento: cultivar e guardar a criação (Gênesis 2,15).

Bioma vem do grego. Bio é vida. Oma é conjunto, estrutura, etc. Portanto, bioma é um conjunto de vidas que ocupam um determinado espaço, sob um mesmo clima, um solo semelhante e um relevo semelhante. Dai nossos 6 biomas oficiais: Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pantanal e Pampa. Para os movimentos sociais os povos que ocupam esses espaços são parte integrante dos biomas.

Para alguns cientistas a zona costeira dos manguezais e restingas deveria ser um bioma especial. Para outros ainda, a zona marinha deveria ser outro bioma. Para Aziz Ab’Saber deveríamos falar em “domínios morfoclimáticos”, incluindo o domínio das araucárias. Porém, oficialmente estamos definidos como 6 biomas.

Dessa biota – conjunto de todas as vidas – dependemos para comer, beber, produzir fármacos, essências, ter um clima ameno, e tantos outros serviços ambientais. Lembrando Francisco, tudo está interligado, vivemos numa fraternidade universal, cada criatura tem sua mensagem e precisamos entendê-las e respeitá-las.

Francisco nos mostra que precisamos de uma conversão ecológica. A Quaresma é um tempo propício. Que saibamos usufruir esse período numa verdadeira conversão ecológica, que exige o reconhecimento e agradecimento ao Criador por tudo que Ele nos deu, a gratidão aos irmãos e irmãs que fazem de sua vida um gesto de cuidado e à toda a criação pela abundância de bens – tão maltratados – que ela nos oferece.

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21 de fev. de 2017

ENCONTRO DE COMUNICADORES REÚNE REPRESENTANTES DAS PARÓQUIAS DA DIOCESE DE JUAZEIRO




Com o objetivo de fortalecer a evangelização pelos meios de comunicação e mídias digitais, a equipe diocesana da Pastoral da Comunicação (Pascom) realizou neste domingo, 19, um encontro para coordenadores paroquiais. A reunião aconteceu no Centro Diocesano de Pastoral, no centro de Juazeiro, das 8h ao meio dia.

Durante o encontro foram realizados momentos formativos, de debate, exibição de vídeo e troca de experiências. Também foram elencadas as prioridades para a Pascom no ano de 2017 e o calendário de atividades da equipe.




Representantes de várias paróquias da Diocese estavam presentes no encontro e partilharam o que realizam em suas realidades: programas de rádio, blogs, mídias sociais e contato com a imprensa local.

"Precisamos anunciar o evangelho de cima dos telhados. Através da comunicação levamos a Boa Notícia do Evangelho e uma cultura de paz para a sociedade", ressaltou Meire Souza, estudante de jornalismo e uma das participantes do encontro.

Atualmente, a equipe diocesana da Pascom conta com jornalistas, publicitário, fotógrafos e comunicadores populares. O trabalho voluntário visa levar a evangelização com um rosto diocesano para a região, partilhando a riqueza das diversas comunidades, grupos e expressões da Igreja local.

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PARÓQUIAS, PASTORAIS E MOVIMENTOS DE JUAZEIRO PLANEJAM AÇÕES PARA 2017



Padres e representantes de paróquias, comunidades, pastorais e movimentos de Juazeiro estiveram reunidos neste domingo, 19, para planejar as atividades pastorais para o ano de 2017. O encontro aconteceu no Brasinha, centro de eventos ao lado da Catedral-Santuário N. Sra. das Grotas, durante toda a manhã.



Na assembleia, os representantes de cada realidade elencaram suas propostas de ação para o ano que se inicia. As paróquias e grupos discutiram ainda as prioridades escolhidas em comum para a cidade de Juazeiro: o trabalho com a juventude em situação de risco (criação da Pastoral da Sobriedade, Casa de Acolhida e Setor Juventude), a Escola de Fé e Política e o cuidado com o meio ambiente. 

Também foram discutidos os eventos que serão realizados à nível de cidade: Caminhada da Penitência, a Festa da vida, o Grito dos excluídos, a Caminhada pela Paz e o Congresso Mariano.

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3 de fev. de 2017

O 'VÍDEO DO PAPA' DE FEVEREIRO: "NÃO ABANDONEM OS POBRES"



Pobres, marginalizados e refugiados na intenção de oração de fevereiro

No mês de fevereiro, o Papa Francisco exorta os cristãos de todo o mundo a privilegiarem a oração pelos mais pobres e marginalizados, os deslocados e refugiados. Todo mês, é escolhido um tema que preocupa o Pontífice, em relação aos desafios da humanidade em geral. O Papa o propõe e convida as pessoas de boa vontade a rezar com ele.

“Vivemos em cidades que constroem torres e centros comerciais e que realizam grandes negócios imobiliários, mas que abandonam uma parte de si nas margens, na periferia”, escreve o Pontífice. “Em consequência desta situação, grandes massas de população se veem excluídas e marginalizadas: sem trabalho, sem horizontes, sem vias de saída”.

Por estas pessoas, o Papa pede:

“Não os abandonem. Rezem comigo por todos os que vivem na provação, sobretudo os pobres, os refugiados e os marginalizados; para que encontrem acolhimento e conforto nas nossas comunidades”.


“O Vídeo do Papa”, lançado em janeiro de 2016, é um projeto pioneiro da Rede Mundial de Oração – Apostolado da Oração -, que tem como protagonista o próprio Santo Padre e marca uma nova era na comunicação das intenções mensais.


Apostolado da Oração

O objetivo da rede é ser apóstolos na vida cotidiana, por meio de um caminho espiritual chamado “caminho do coração”, que transforma o nosso modo de ser a serviço da missão de Cristo.

A obra foi fundada em 1844, está presente em mais de 100 países e é composta por mais de 35 milhões de pessoas.

RADIO VATICANA (Cm)
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